sexta-feira, 4 de agosto de 2017

UMA HISTÓRIA DE AMOR



Nunca fui de acreditar nessa historia de “amor à primeira vista”, até conhecer a Isadora. Eu era um jovem à procura de um grande amor, ela era um coração partido precisando de atenção. Nosso primeiro encontro aconteceu em uma festa da faculdade. Gostávamos da mesma banda, morávamos no mesmo bairro, adorávamos comida japonesa e estudávamos no mesmo campus. Não tinha como dar errado. Sabe quando você abraça alguém e sente que encontrou a pessoa certa? Sabe quando você olha dentro dos olhos de uma pessoa e começa a imaginar o seu futuro com aquele olhar sempre ao seu lado? Sabe quando você percebe que pode se entregar de corpo e alma porque tem certeza de que não vai quebrar a cara? Pois então… Eu tinha essa certeza, mas quebrei, e não foi uma quebradinha de cara qualquer. Nosso relacionamento durou apenas três meses, até que a Isa voltasse a namorar com o Marcelo, seu ex que tinha retornado do exterior. Os dois foram amigos de infância, tinham namorado por oito anos e decidiram se separar por não saberem lidar com a distância. Existia uma grande possibilidade de o Marcelo nunca mais voltar para o Brasil, talvez por isso tenham decidido encerrar o relacionamento. Acontece que o sentimento foi maior, ele voltou e dois anos depois soube que estavam noivos e de saída para Europa. Demorei muito tempo para entender e aceitar toda aquela história. Não foram dias fáceis, mas hoje eu entendo. Cometi o erro que muitos de nós cometemos todos os dias. O erro de achar que o mundo gira à nossa volta.O erro de acreditar que sempre somos os atores principais de todas as histórias. Não é bem assim. Em algum momento da sua vida você será preterido. Pode ser que seja usado em uma tentativa de esquecer alguém, pode ser que seja só um lance de uma noite. No filme da vida da Isa, eu fui um ator coadjuvante, assim como ela também foi do meu. Qual o problema disso? Atores coadjuvantes também ganham Oscar. Sei que fui importante para ela naqueles três meses, e cada um seguiu o seu caminho.Essa é, sim, uma bela história de amor, apenas não era a minha. A minha história de verdade aconteceu alguns meses depois, quando por acaso reencontrei uma das amigas de uma prima da Isadora. Vejam vocês como a vida é curiosa… Não se pode enxergar o desenho inteiro de um quebra-cabeças analisando-se apenas uma parte. Agora que ele está completo, consigo entender melhor a função de cada peça. Foi pelo fato da Isa ter começado a sair comigo que o Marcelo se tocou que estava perdendo o grande amor da sua vida e voltou ao Brasil. Foi também através dela que indiretamente conheci a mulher mais incrível desse mundo. A verdade é que não passamos de fantoches do acaso. E pensar que eu condenei o destino quando ele estava preparando a melhor reviravolta que a minha vida já deu.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017


O AMOR E O VELHO BARQUEIRO

Chegando, afinal à margem do grande rio, o Amor avistou três barqueiros que se achavam indolentes, recostados nas pedras.
Dirigiu-se ao primeiro:
– Queres, meu bom amigo, levar-me para a outra margem do rio?
Respondeu o interpelado, com voz triste, cheio de angústia:
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– Não posso, menino! É impossível para mim!
O Amor recorreu, então, ao segundo barqueiro, que se divertia em atirar pedrinhas no seio tumultuoso da correnteza.
– Não. Não posso – recusou secamente.
O terceiro e último barqueiro, que parecia o mais velho, não esperou que o Amor viesse pedir-lhe auxílio. Levantou-se, tranqüilo, e, estendendo-lhe, bondoso, a larga mão forte, disse-lhe:
– Vem comigo, menino! Levo-te sem demora para o outro lado.
Em meio a travessia, notando o amor a segurança com que o velho barqueiro barquejava, perguntou-lhe:
– Quem és tu? Quem são aqueles dois que se recusaram a atender ao meu pedido?
– Menino – respondeu, paciente, o bom remador
-o primeiro é o Sofrimento; o segundo é o Desprezo.
Bem sabes que o Sofrimento e o Desprezo não fazem passar o Amor!
– E tu, quem és, afinal?
– Eu sou o Tempo, meu filho – atalhou o velho barqueiro.
– Aprende para sempre a grande verdade.
Só o Tempo é que faz passar o Amor!
E continuou a remar, numa cadência certa, como se o movimento de seus braços possantes fosse regulado por um pêndulo invisível e eterno.
Sofrimento, desprezo…Que importa tudo isso ao coração Apaixonado?
O Tempo, e só o Tempo, é que faz passar o Amor.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

DEFINIÇÃO DE AMOR

Um senhor de bastante idade chegou a um consultório médico, pra fazer um curativo em sua mão, na qual havia um profundo corte.
E muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso.
O médico que o atendia, curioso, perguntou o que tinha de tão urgente pra fazer.
O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em tratamento numa clínica, com mal de Alzheimer em fase muito avançada.
O médico, preocupado com o atraso do atendimento, disse:
– Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?
O velhinho respondeu:
– Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece mais.
O médico então questionou:
– Mas então para que tanta pressa em vê-la todas as manhãs, se ela já não o reconhece mais?
O velhinho então deu um sorriso e, batendo de leve no ombro do médico, respondeu:
– Ela não sabe quem eu sou… Mas eu sei muito bem quem ela é!
O médico teve que segurar suas lágrimas enquanto pensava.
O verdadeiro AMOR não se resume ao físico, nem ao romântico…
O verdadeiro AMOR é a aceitação de tudo que o outro é…
De tudo que foi um dia… Do que será amanhã… e do que já não é mais!

Poesia cantada #2 Apresentando(estrela, de gilberto gil).

UMA HISTÓRIA DE AMOR Nunca fui de acreditar nessa historia de “amor à primeira vista”, até conhecer a Isadora. Eu era um jovem à pr...